Não importa quanto o desepere
A minha espera é feita de VOCÊ
De fios de saudade ,bordados na lembrança
alinhavados nos arrepios da pele
do cor exata dos seus cabelos
no tom abstrato da sua voz
Não importa o quanto cale : somos nós
e minha palavra é vaga se não alcança
a calúnia que queima a ponta da sua língua
Não importa quanto me doa essa insônia
que me rouba dos seus sonhos ,nã há placebo ou mancebo
que abrande a febre que sua presença me causa ao acaso
Meu néctar, elixir de dosagem certa :
lhe bebo ,embebo o meu temor no soro
do seu suor .Essa dor não infecta que grita em dó à voz pura mas supura
sussurra...
pelo alívio do convivio,pelo unguento benigno
Via ciacatricial do seu olhar incisivo :bisturi .
Cirurgia estranha...tateias esse amor em minhas entranhas como se pudesse
fazer-me expeli-lo pela boca para que dele veja a cor,DNA e se há forma ,se deforma
Defini-lo é dar-lhe um nome ?
Sobrenome talvez : Amor Infinito Dos Anjos ;
Amor Masoquista do Sátiro
Amor de todos os Martírios
Amor pagão
Perscrutam a aorta as suas mãos
incórporeas de verbos e versos
a espremer poesia da dor que me vaza pelo filamento
misturando às suas as minhas rimas .
Invasivo método de corte repentino no diafragma desse que lhe parece icógnita
O talho necessário à cura do seu
e que haverá de suturar-nos sem morbidez, com a sua mais nítida certeza
( M.Almeida )