quinta-feira, 16 de maio de 2013

Necessário



Não importa  quanto o desepere
A minha espera é feita de VOCÊ
De fios de saudade ,bordados na lembrança
alinhavados nos arrepios da pele 
do cor  exata dos seus cabelos
no tom abstrato da sua voz
Não importa o quanto cale : somos nós
e minha palavra é vaga se não alcança 
a calúnia que queima  a ponta da sua língua
Não importa quanto me doa essa insônia
que me rouba dos seus sonhos ,nã há placebo ou mancebo
que abrande a febre que sua presença me causa ao acaso
Meu néctar, elixir de dosagem certa :
lhe bebo ,embebo o meu temor no soro
do seu suor .Essa dor não infecta que grita em dó à voz pura  mas supura
sussurra...
pelo alívio do convivio,pelo unguento benigno
Via ciacatricial do seu olhar incisivo :bisturi .
Cirurgia estranha...tateias esse amor em minhas entranhas como se pudesse
fazer-me expeli-lo pela boca para que dele veja a cor,DNA e se há forma ,se deforma
Defini-lo é dar-lhe um nome ?
Sobrenome talvez : Amor Infinito Dos Anjos ;
Amor Masoquista  do Sátiro
Amor de todos os Martírios
Amor pagão
Perscrutam a aorta as suas mãos
incórporeas de verbos e versos
a espremer poesia da dor que me vaza pelo filamento
misturando às suas as minhas rimas .
Invasivo método de corte repentino no diafragma desse que lhe parece icógnita
O talho necessário à cura do seu
e que haverá de suturar-nos sem morbidez, com a sua mais nítida certeza     

               
                                          ( M.Almeida )


                                     


                           




                                           




Transitando Sem Julgamento

             
                    


                        Respira mas não pira
                     Não pense e contenha-se
                     Não lhe cabe ,então sente-se
                     Não imagine estar isenta
                     Boas moças não comentam
                     Se te  arde a língua 
                     engula a gula 
                     com amargura e pimenta
                     Aguenta!
                     Firme,aguenta!
                     Ande em cima da linha e atina
                    : sem mover uma palha sequer
                     alinha-se e repensa:
                     não se deve pensar
                     Não inventa tentar
                     respirar na clausura do teu corpo limítrofe
                     de todos os  desejos seus que ora não te pertecem
                     Levantar-se é sentença dada :deserdada
                     Declara-se culpada ,assassina !
                     Estrangulou par de soluços na garganta
                     Executou  a sangue frio a sinfonia  do revel
                     Rebeldia essa de não conter-se
                     e descontar-se em múltiplas faces.
                     deixando o plenário [bando de salafrarios]
                     a sentenciar as paredes da própria autoridade
                     Não é sequer flor que se cheire,ainda  na flor da idade
                     - ouvira-lhe o jugo às costas frias de um suor que                      escorria-lh têmpora abaixo de tais destemperos.
                     Enfrentar o veredicto dos espelhos é crucial
                     fustiga-lhe o passado sempre e sempre sentencial
                     de descaminhops do qual segue foragida
                     Dedos apontados à ferida
                     Transitando dia a dia
                     sem pensar em ser julgada


                                   (M.Almeida )