sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pender...ou Depender ?!


O  bom senso pede : fuja !Salve-se dessa teia de mentiras
O amor pede FIQUE :torne-se dele , única de verdade

( M. Almeida )



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Quando lhe disse SIM





Desde o primeiro instante,fadado a nada mais ser como antes .Meteoro caído do acaso,aterrisando no centro de todo o seu equilíbrio emocional.Desde que lhe dirigira a palavra já era SIM sem notar o quanto não tivera consciência da imediatez.Um sequência interminável  de ambos...
Acreditava que ele nunca entendera bem o que havia por trás de tantos ' Sins ' .Ela própria não compreendia o motivo mas sentia que não precisava de motivo para compreender .Desde a primeira pergunta despretenciosa ...da primeira resposta intempestiva .Aquele primeiro SIM nunca poderia ser pra um pedido de namoro.Jamais mero consolo da atenção.Só poderia ter sido assim: quando lhe disse SIM ,mesmo que ele não soubesse,mesmo que ninguém pudesse entender ou testemunhar ,casara a sua alma com a dele.Mesmo sem o ver... ,sem solenidade ,sem véu ,sem arrependimento ,vestiu no instante um gesto de muitos mais:eternidade .Pagou-lhe o dote de todos os versos  recém nascidos.e das rimas em gestação....ainda pois,de todos os poemas  textos não fecundados .E justo ele que sequer desconfiou que mesmo sem o  púlpito ,se o coração palpita , dá palpite : confessa-se em SIM. Ali no universo estrito de poucos segundos.Mas muito e tanto além dali. Aonde for.Como for .Quando for.De qualquer cor ,de qualquer jeito .Que se invente ,que se tente ainda desajeitadamente .A rima engana não a quem ama.A palavra usa a trama pra tecer drama mas o coração não mente.
De fato :ele nunca soube e ninguém entendeu ou testemunhou .Ali naquele instante ,casara verdadeiramente a sua alma com a dele ,e o céu lhes emprestou em segredo a noite mais bonita que dispunha ,pra selar o porvir de muitos outros dias ...

( M.Almeida )



                                         




domingo, 13 de outubro de 2013

Noites Com Estrelas





Somente  aposto sob seu nome,os dias convidam ao silêncio tranquilo

Teu abraço ,dossel aonde esquivo-me ao mundo intentando
sejas o meu.

Na órbita dos nossos olhos ,transitam nebulosas,passeiam as trovas 

e idas prosas ,vindas de todos os poetas românticos

que enalteces em cântico,no fulgor noturno da sua voz .

VOCÊ ,que se fez noite pra entorpecer meus dias .Fê-las tanto e tão bonitas 

E cá eu ,nua num breu perfilhado saudade ,querendo-as infintas .Sim...

Noites tão infinitas de outrora ,amanhãs vacantes de um agora

Que fazem-me conceber esse Deus ,criador de todas as estrelas

Desde as mais intangíveis aos sentidos , lamparinas essas do universo

Até as que brilham abaixo do firmamento  e da lua parecendo iluminar

O transbordo rouco dos sentimentos...

Acima de toda o silêncio que os envolve ...

Estrelas  decalcadas dos  sonhos ,benditas escoltas do pensamento

,mergulhadas no aquário aonde  isolaste-se de mim para adormecer profundamente

e em segredo ,as canções de amor que jamais ouvi

Abençoadas estrelas ,que acendem esses nossos olhos  famintos de  sono

Aonde mergulhávamos às cegas ,         

rompendo distâncias incalculáveis para salvar-nos de nossa própria escuridão


( M.Almeida )

VOCÊ :

"MEU SOL E ESTRELAS " ( Daenerys Dothraky / Game of Thrones )

                 

"MEU SOL E ESTRELAS "

sábado, 17 de agosto de 2013

Escárnio





Um amor barulhento
desses que redundam nos recônditos
inquietantes das bocas 
Ressoam nos escombros  dos cômodos 
mais incômodos das memórias ...
Faminto ! Amor que abocanha as letras 
engolidas à seco e devolve-as ao ego
ricochetendo-as no diafragma
Queimam ,magma.Inflamam o silêncio mortal
em refluxo lento de solfejos que me escapam 
pelos lábios entreabertos à espera dos seus beijos
Um amor violento ,apertando-me a garganta
 e esvaindo o veneno na secura da língua
À longa data a tortura escorre-me quente entredentes
em gemidos bizarros  que me fazem dormente,
 enquanto escarras o sarcasmo da sua ausência sobre minha face...

 Escarneces desse sofrimento ejaculando sobre a eloquência 
da minha fragilidade ,o liquido viscoso e azedo da sua abstinência

                                    
                                           ( M.Almeida )


                                                          


                        

Como ?

 
 
 
 
Como VOCÊ pôde?
Como VOCÊ pode?
Come VOCÊ o pó
Come VOCÊ !É pó
é podre é...POW
Como, mas VOCÊ...pow
Como nós, se VOCÊ pode
Como?! Nós, sem o VOCÊ ?
Como ? VOCÊ Pode ?!
Mas como ?!
Como VOCÊ?? !?Pode ?
Como VOCÊ .Pode ?

(M. Almeida)
 
 

sábado, 20 de julho de 2013

Guarde essa Noite


 Segure essa noite entre os dedos
 Trançe-a nos fios do meu cabelo
 Descrevendo-nos alma no beijo imaculado dos seu poema
 Escreva-me à pena sem pena ,em cada parte do seu todo
 Dá-me o alento das estrelas,nesses olhos seus que
 acedem ouro dentro da nossa escuridão
 Meu amor...amor como nenhum outro mais
 Se partes de mim ainda assim de mim é parte
 Na lua branca que arde em luz sobre sua face ,segure
 um momento mais a imagem do rosto que lhe beija
 a boca com a respiração.Abraçe-nos como se o sol não nos pudesse despertar
 ,roubando para sempre do céu esse alento .
 Guarde então essa noite sob as pálpebras úmidas
  aonde haverão de dançar todos os sonhos estéreis
 que vagam entre a dor de não haverem sido
 e essa única noite aonde não nos fizemos manhã

                          
                                  

           

                                    ( M.Almeida)


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Viver Morrendo de amor

 
Não poderia vê-lo partir sem despedir-me de mim mesma
Não quis olhar para passos que não traçavam caminhos
O vazio de todosos vales sem eco a repercutir dentro da lembranças
embaçadas pela trovoada que se anuncia em nós
No mundo que me pertence e passei a dividir-me com a ausência
dentro de todos os eus que habitam a tua distância
Permanece em ti a essência de todos os sonhos que
nasceram de nós ,porque minha alma mora naquele olhar que me segue mudo,pois que minha palavra fala pelo beijo guardado na boca amarga da ilusão
Minha alma pertence àquele coração que esconde
toda a dor que lhe convém...
E seja tua alma minha le
tra , queimando-me
a garganta no grito que não pode ser dado
Ardem os meus olhos em lágrimas que se abstém em cair
Machuca-me os dedos no versos que assassino ao rasgar os papéis
Mata-me desse amor desalmado
desse silêncio armado ,apontado para o peito do meu desalento
que suspira por todas as agonias que lhes arranca
Viver sem morrer de amor é soterrar-se no porão do ostracismo
Partir seria despedir-nos de nós mesmos .
Partir seria romper a placenta que nutre a exatidão
de tudo o que mesmo irreconhecivelmente somos :univitelinos

                                        (  M. Almeida )
 
 
 
 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Esqueci Você



Assim...quase ao acaso esqueci VOCÊ.Por mero lapso cauculado(?!) de pré-consciência...
A primeira vez que nos tocamos,despidos até mesmo de nossas peles ,pressenti .Como se já soubesse que aconteceria.Não suportaria perder-te.
Pranteei-nos antes mesmo de desconfiar amar-te ,e prevendo que o esqueceria AQUI,IRREMEDIAVELMENTE : EM MIM !
Retive talvez irresponsavelmente cada centelha de presença fugidia, cada fagulha que pude da sua  energia ,e acomodei-nos confortavelmente no compartimento supostamente mais inacessível da minha alma ,na ânsia de que um dia retornasse para retomar a parte sua que apoderei-me por não suportar sequer imaginar,a dor da sua partida .Apoderei-me mesmo sem intenção de devolver-lhe jamais ...uma intenção subjetivada apenas na agonia iminente .Doeu perceber  que teria que seguir vivendo:um dia após o outro negando a espera desse meu querer traiçoeiro. Porque traí-me ao voltar a acreditar em amor.
Desorientada,tranquei-nos ( sim,a esse indissociável "nós " que o meu sentimento solidificou)...tranquei-nos no espaço  mais remoto de mim,pra que aquela "eu" que ainda não havia lhe reconhecido como o meu amor,retornasse à razão e voltasse a ser a "eu" mais presente  àquele "self" com o qual estava familiarizada .
Escondi-me fora dos sonhos ,ignorando então o pequeno espaço de sentimento em que espremi a enormidade do que já éramos sem sequer saber !Um processo dolorido fazer caber tanto em tão pouco tempo e pouco espaço...impossível não transbordar a dor para o plano físico.
Cúmplice do querer a que eu própria proibi-me ,olvidei deliberadamente que seria fatal esquecer VOCÊ DENTRO DE MIM.
Parte da sua essência ,que consegui manter amordaçada na memória ,ante a febre acometida dissolveu-se parecendo inudar todos os poros do meu organismo .Não atinei de imediato!Mas há VOCÊ em toda parte !
VOCÊ PERMANECE em cada arrepio involuntário da minha pele...
VOCÊ PERMANECE em cada palavra engasgada por temor de pronunciar seu nome sem querer..
VOCÊ CONSEGUE PERMANECER em cada estímulo nervoso que me impulsiona a sentir(te) e a escrever (te)
Catei-te em todos os pedacinhos de cada folha de papel que amassei e rasguei pra que eu mesma não ousasse ler o que sinto...
Algum dia entenderá quantos fragmentozinhos de VOCÊ liquefizeram-se na ausência e escapuliram-me pelos olhos enquanto eu fingia dormir .Sei pois,que também esqueci-te muitas manhãs no meu travesseiro ,na ilusão de sentir o seu contato sobre a pele do meu rosto na noite seguinte ...
Há VOCÊ em todos os lugares ,até mesmo mesmo nas partículas de poeira que se desenham sobre os raios de lua que brincam nos meus cílios quando tento adormecer com o rosto voltado à janela.
Dia desses ,esqueci-te no bolso porque todas as vezes em que levava a mão até ele ,era pra acariciar meus próprios dedos na tentativa de forjar o calor da sua mão.
Existem mil clones seus inventados por essa minha saudade delatora:
Vi-te claro,negro,magro,gordo,jovem,velho...alto,baixo...e os bebês que me sorriem do alto do colo das mães ,também teem o seu sorriso ...a versão mais linda que consegui construir  de quem vez por outra destrói-me por dentro.
Há VOCÊ em todo mundo,desde que ,todo o mundo que eu conheço ,da forma que conhecia,mudou quando viu-se impregnado dessa imagem  constante ,enraizada em mim.
SIM !Eu esqueci VOCÊ EM MIM ,sem imaginar que o carinho com que alimentei sua presença ,fê-lo crescer de forma a ocupar mais espaços do que eu jamais imaginara !
ESQUECI VOCÊ EM MIM de uma tal forma,que ao lembrar-me que ainda posso ter uma vida pela frente ,torna-se inevitável recordar que sinto necessidade da sua presença constante nela .É loucura isso ? As vezes penso que sim,mas...MINHA VIDA ,minha vida teima em se auto intitular "NOSSA VIDA

                ( M.Almeida )



♫♫
Eu gostaria que o tempo parasse quando nos falamos E que aparecesse em um pleno dia no céu, um milhão de estrelas,
Para que eu fizesse uma promessa, sem que meu sol se esconda
E que a gente pudesse ser de novo, dois sem se fazer mal
 
♫♫
E eu gostaria de me esconder, sob tuas pálpebras Para que tu pudesses me ver, quando fizeres tuas orações
E eu gostaria de quebrar todas essas luzes
Aquelas te impedem de ver, um pouco mais claro, 
♫♫

 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Necessário



Não importa  quanto o desepere
A minha espera é feita de VOCÊ
De fios de saudade ,bordados na lembrança
alinhavados nos arrepios da pele 
do cor  exata dos seus cabelos
no tom abstrato da sua voz
Não importa o quanto cale : somos nós
e minha palavra é vaga se não alcança 
a calúnia que queima  a ponta da sua língua
Não importa quanto me doa essa insônia
que me rouba dos seus sonhos ,nã há placebo ou mancebo
que abrande a febre que sua presença me causa ao acaso
Meu néctar, elixir de dosagem certa :
lhe bebo ,embebo o meu temor no soro
do seu suor .Essa dor não infecta que grita em dó à voz pura  mas supura
sussurra...
pelo alívio do convivio,pelo unguento benigno
Via ciacatricial do seu olhar incisivo :bisturi .
Cirurgia estranha...tateias esse amor em minhas entranhas como se pudesse
fazer-me expeli-lo pela boca para que dele veja a cor,DNA e se há forma ,se deforma
Defini-lo é dar-lhe um nome ?
Sobrenome talvez : Amor Infinito Dos Anjos ;
Amor Masoquista  do Sátiro
Amor de todos os Martírios
Amor pagão
Perscrutam a aorta as suas mãos
incórporeas de verbos e versos
a espremer poesia da dor que me vaza pelo filamento
misturando às suas as minhas rimas .
Invasivo método de corte repentino no diafragma desse que lhe parece icógnita
O talho necessário à cura do seu
e que haverá de suturar-nos sem morbidez, com a sua mais nítida certeza     

               
                                          ( M.Almeida )


                                     


                           




                                           




Transitando Sem Julgamento

             
                    


                        Respira mas não pira
                     Não pense e contenha-se
                     Não lhe cabe ,então sente-se
                     Não imagine estar isenta
                     Boas moças não comentam
                     Se te  arde a língua 
                     engula a gula 
                     com amargura e pimenta
                     Aguenta!
                     Firme,aguenta!
                     Ande em cima da linha e atina
                    : sem mover uma palha sequer
                     alinha-se e repensa:
                     não se deve pensar
                     Não inventa tentar
                     respirar na clausura do teu corpo limítrofe
                     de todos os  desejos seus que ora não te pertecem
                     Levantar-se é sentença dada :deserdada
                     Declara-se culpada ,assassina !
                     Estrangulou par de soluços na garganta
                     Executou  a sangue frio a sinfonia  do revel
                     Rebeldia essa de não conter-se
                     e descontar-se em múltiplas faces.
                     deixando o plenário [bando de salafrarios]
                     a sentenciar as paredes da própria autoridade
                     Não é sequer flor que se cheire,ainda  na flor da idade
                     - ouvira-lhe o jugo às costas frias de um suor que                      escorria-lh têmpora abaixo de tais destemperos.
                     Enfrentar o veredicto dos espelhos é crucial
                     fustiga-lhe o passado sempre e sempre sentencial
                     de descaminhops do qual segue foragida
                     Dedos apontados à ferida
                     Transitando dia a dia
                     sem pensar em ser julgada


                                   (M.Almeida )



                                 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Vide Bula


Remédio contra o tédio
Uma dose insana de poesia
injetando adrenalina
na veia que pede a morfina
lícita dos nossos beijos
Duas doses inumeramente cavalares
de tudo que faz bem
A receita você tem : abuse com moderação
Use ao primeiro sintoma de tesão
Não divida com ninguem
Posologia ,várias vezes ao dia
Ativos : chega de passividade
Reações adversas : as linguas uma nas outra
beijam-se mais que versam ...
Farmácia de manipulação: formula personalíssima
feita sob encomenda pra VOCÊ !
Jamais esqueça ,armazene em lugar aconchegante , longe do calor
 Prazo de validade : indefinivel !
 Na dúvida ,VIDE BULA !

            

                                            ( M. Almeida )


                                

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Eufemismo










O peso de tudo o que deixa mudo

Abafa o ruído surdo do tambor que redunda o peito

Um conceito imperfeito de alma:coração

Tecido contrátil que expande na veia a morfina da vida

Seguindo  retrátil pelos becos sem saída das nossas idas

Pelas vielas  amarelas  das páginas que não foram lidas

Sequelas  de nós ,sem voz.
O amor que mata  porque odeia amar

Ressucita  luz pra nos reiventar


               ( M. Almeida )