sábado, 17 de agosto de 2013

Escárnio





Um amor barulhento
desses que redundam nos recônditos
inquietantes das bocas 
Ressoam nos escombros  dos cômodos 
mais incômodos das memórias ...
Faminto ! Amor que abocanha as letras 
engolidas à seco e devolve-as ao ego
ricochetendo-as no diafragma
Queimam ,magma.Inflamam o silêncio mortal
em refluxo lento de solfejos que me escapam 
pelos lábios entreabertos à espera dos seus beijos
Um amor violento ,apertando-me a garganta
 e esvaindo o veneno na secura da língua
À longa data a tortura escorre-me quente entredentes
em gemidos bizarros  que me fazem dormente,
 enquanto escarras o sarcasmo da sua ausência sobre minha face...

 Escarneces desse sofrimento ejaculando sobre a eloquência 
da minha fragilidade ,o liquido viscoso e azedo da sua abstinência

                                    
                                           ( M.Almeida )


                                                          


                        

Um comentário:

  1. Intenso, pulsante.
    Certa vez escrevi um poema no meu blog sobre o Amor, mas com outro desdobramento.
    "Mas o Amor sendo pois completude
    te escorreria nos poros, e resplandeceria-te também errante?
    Por sob teus tantos medos;
    Ou te beberia deles em todos os teus nomes?
    E te entregaria à pungente dilatação
    Em indagar-se em sê-lo no outro (Amar)ante?!"
    (Fernanda Fraga)

    * Do poema - 'Sobre o Amor', http://mefaltaumpedacoteu.blogspot.com.br/2012/12/sobre-o-amor.html

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