Um amor barulhento
desses que redundam nos recônditos
inquietantes das bocas
Ressoam nos escombros dos cômodos
mais incômodos das memórias ...
Faminto ! Amor que abocanha as letras
engolidas à seco e devolve-as ao ego
ricochetendo-as no diafragma
Queimam ,magma.Inflamam o silêncio mortal
em refluxo lento de solfejos que me escapam
pelos lábios entreabertos à espera dos seus beijos
Um amor violento ,apertando-me a garganta
e esvaindo o veneno na secura da língua
À longa data a tortura escorre-me quente entredentes
em gemidos bizarros que me fazem dormente,
enquanto escarras o sarcasmo da sua ausência sobre minha face...
Escarneces desse sofrimento ejaculando sobre a eloquência
da minha fragilidade ,o liquido viscoso e azedo da sua abstinência
( M.Almeida )