Se lhes serve de consolo nada disso tem a ver com o simpático mundinho da retórica ,sempre tão cheio de vírgulas e correções .Tem a ver é com alma .Tem a ver é com lágrima ...com falhas e fraquezas humanas.Porque cada frase ,seja bordada à rima ,seja encaixada em definições ,tem a ver com a liberdade de expressão que abraça a palavra AMOR.
( May)
O que posso eu ouvir sobre amor que já não tenha sido musicado nas batidas cadenciadas do seu coração? Que posso eu saber sobre amor que já não me tenham contado os seus olhos ? Que posso eu perquirir sobe o AMOR que já não me tenha sido dada a resposta (?!) : SUA EXISTÊNCIA Como pedir ao amor que seja ele menos do que nós dois ? Ora!!! Que posso eu querer do amor senão VOCÊ ! ?
Se eu for puxar-lhe o tapete será pra que sobre ele se deite
Cansei de prestar esclarecimentos
eu vou borrar a curva do tempo nessa sua queda sobre o chão
não pretendo lhe iludir,o importante é confundir (NOS,NUS) :
pernas ,braços,fios, linguas ,fluidos. Caoticamente misturados
em sequência ilógica de tempo,uma amalgama sólida de ventos a evaporar
o visivel em gemidos .A fuga aponta à lâmina sem ponta : incursão
incisiva ao interior um do outro .
Não importa racionalizar ,se é jogo há de embaralhar .Seja você
a carta que não descarta na mesa que não é posta , mas disposta a virar.
Não há resposta pra sua pergunta quando a pergunta é a propria resposta
Confundirá a provocação silente dos labios no vermelho gritante dos meus
inteiramente desapercebidos dos por quês escondidos sob as asas das horas...inteiramente alheios a quem somos por já não haver possibiidade de deixarmos de ser um só desde o mero e ingênuo ato de nos fitarmos nos olhos
Vontade a " La Carte " exposta à mesa do tempo no reflexo que singra os vasos sanguíneos do vento Disparando a artéria que sangra da asa ao bico contraem o diafragma das horas aflitos no grito e sibilo que desafiam redemoinhos Pássaros sem ninhos Seu apelo ilude da cabeça à pubis da ave rara Entrecorta-se o silvo ,encanto massivo Um acróstico noturno anacrônico e soturno que ressoa profundo nessas suas tão ardilosas gaiolas ( M. Almeida )
Quando pensei em escrever sobre o natal não saiu nada...do
que tencionei.Queria algo infinitamente bonito ...com uma suavidade que
aconchegasse a alma do leitor e que transmitisse fé na vida ,fé nos planos
futuros.Bem .. verdade : as vezes coisas bonitas teem as vezes conotação triste
,porque beleza em estado bruto também é tristeza exposta à mão sem maquiagem ou
lápis de cor.Beleza também se doa em forma dedor criptografada em papel ou em documento digital...
E penso com carinho na última montagem de árvore na qual
verdadeiramenteparticipei...
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No aromaadocicado da
calda de pernil no fogo ,na bagunça das almofadas na sala de estar ,na pressa
desmiolada de cortar laçarotes de fitas...nos gestos rápidos com que escondia o
meu presente para que não o abrisse antes da meia-noite .Nos cartões coloridos
com a linda letra quase bordada nos envelopes...Nas luzes que pareciam brilhar
todas ao seu redor ...
Você foi o meu Natal no abraço cheirando a cravo ,mal
disfarçado pelo “Vetiver”.Sem que percebesse ,a especiaria dava um toque
inimitável à fragrância amadeirada .Por mais que eu use óleo de cravo sobre a
pele,até hoje jamais consegui imitar aquele cheiro...um cheiro de lar genuíno
que infantilmente tentei recriar em minha vida,brincando de casinha com bebês
que faziam pum pum de verdade e que cresceram rapidamente.Demorei a perceber que
tudo o que vivi foi a vã tentiva de recriar a sensaçãoum portovivia o erstante seguro.Um lar imune ao caos da
interação laboral sob a sombra da qual parecia-me viver mundo.
O Natalexalava
você porque você respirava o natal!E impregnava o ar com a sensação de conforto
que somente quem sabe manejar o leme dos próprios sentimentos pode fornecer aos
que lhe rodeiam .Ainda tenho calos nas mãos ( literalmente ),que me doem
ocasionalmente,por tentar direcionar o leme da vida no peitoe na raça.Abençoada maturidade que me fez
descobrir que a experiência e a auto-confiança são os melhores cursores ...
O Natal estava no seu sorriso ,na sua benevolência em
receber e agradar a todos sem distinção...Nos seus natais todos eram irmãos
.Amigo(as) cunhado(as)...até o zelador que mal conhecíamos.
O carinho e otimismo que punha nas mãos delicadas ao
desembaraçar a folhagem brilhante que se amontoava na caixa de papelão .O
brilho de esperança nos seus olhosao
desembrulhar os minúsculos anjinhos prateados ,como se um gesto tão simplório
pudesse despertar as energias mais positivas do universo .
Mas todo o propósito do mundo é a transitoriedade .É o
constante ir e vir de sons eluzes ...de felicidade enaufrágios .Quando dei-me conta não havia mais natal.Porque você já não
estava lá....
Desde anoite em que
seu sorriso congelou de modo fatal,não mais acendi a árvore desfiz-me das
bolas ,tantas se partiram .Desfiz-me de mim e de parte da inocência .Dos
conceitoscirculares de um espaço
acolhedor . Com toda a indecência que pude dispor no momento ,percebi bem ali
, no pátio em frente às portas escancaradas da minha alma, a vida que
continuava..a máxima dos ciclosexistenciais . E eu estava só ...seria somente eu contra mim,nadando na
correnteza de um mundo aonde a doçura só existe via de regra para as formigas
que invadem sorrateiramente a padaria da esquina.
Ainda doi-me pensar nas bolas vermelhas e brilhantes
esmigalhadas no armário com odor de naftalina.Ser mulher ainda tão menina me
fez crer que bolas vem e vão-se em prateleiras de supermercados...mas o que se
parte e esmigalha dentro do coração não há repositório,não pode ser
substituído a preços promocionais.Barganhas emocionais terminamsempre em prateleiras de lágrimas e mágoas ,
colecionáveisa títulos pouco
convencionais.
Ouço o coro :então é Natal.É eu sei,não o entoo como dantes,
mas sinto :É NATAL e desejo de coração a todos que amo e respeito que o Natal
seja-lhes extremamente benéfico,farto,feliz e perenenos seus espíritos. Em algum lugar dentro de
minhas lembranças aqueles Nataissempre
se repetem ,e só quando todos dormem e as luzes coloridas me fazem companhia na
sala eu me sinto à vontade para fechar os olhos e sussurrar aos meus fantasmas
tão queridos : - É Natal,aonde estiverem desejo que estejam bem também...eeu sobrevivi . Eu preciso sobreviver sim...E
para você , minha “fada madrinha “,nem digo nada porque sei que nesse dia você
estaráali comigo,escutando o meu
coração para sempre ,porque você...ahhh...Você semprefoi o meu verdadeiro Natal!
Por que ? Ah ,porque vida é isso !Essa surpresa inconstante entre um respirar e outro inspirando o próximo passo A vida é isso : espasmos súbitos expiando culpas no engasgo das lutas no marasmo dos surtos expirando calor . Ah,vida deve ser isso: algo entre a contração instantânea dos sentidos e a entrega solta aos solavancos nos flancos do gemido que condiciona o diafragma do mundo Vida é pulsão em contrair dívidas com as proprias expectativas e contrariando a indulgência transpirar,reiterar ,ejacular urgências ( M. Almeida )
Abraço suas dores pretéritas em troca de sua alegria incerta Enlaço suas ânsias presentes submersas em seus desejos na brisa que lhe sente ,no gosto do meu beijo Aceito todos os seus sorrisos e as suas lágrimas futuras Transitiva , direta e indiretamente Conjugo-te sem preposição ou advérbio Puro ,inteiro em verbo e verso ( M.Almeida )