sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Desarme







 A dúvida não lhes beijaria a fronte ainda que batesse à porta daquelas faces que procurararam virar-se à mesma.Há que ser Duo de certezas.
Sabia ela o quanto estava em jogo ,ironicamente o que  apenas parecia ser fogo !Desses de palha que incendeiam celeiros abandonados aonde a um tempo couberam os fantasmas ,dançando na fumaça inodora das rasuras se seus passados .
Depois dos carinhos pré( monitórios)  desenlace da vontade pré concebida...,após o banho,pré (IN)ciso (preciso !) e das tantas concessões labiais retrucando fonemas desprovidos das dóceis máscaras que a estrofe lhes pôs ( bárbarie poética evocando o instinto primitivo das presas que caçam-se entre dentes e abraços ) ,ainda irá amar  desejar e querer a concretude de tudo o que seja ela , ainda que lhe seja pouco ? Ou amava apenas a impossibilidade que lhe inspirava o mistério do da inconstância ?
Após os rosnados macios ,as respirações gruturais  e tudo o que viesse a mais :ele veleiro ,mastro inteiro inventindo contra o alicerce do cais...iria então querer  a paz ? O marasmo gostoso que flutua nos olhos como sombra colorida ,anestesiando a consciência para que os músculos percebam a intensidade de cada terminação nervosa ainda dilatando-se sobre o calor do fluxo sangiuíneo...
Paz :Um mergulho no céu que da boca passou ao dentro .Um dentro que parece ser peito mas que é alma. Uma colheita de estranhas estrelas redesenhadas  no teto alvo enquanto o amor feito brincadeira ,corre na entrega  rompendo ofegante  a carne e atingindo certeiro o alvo no brinde espumante da completude .Salvo .Acolhido ,recolhido no abrigo .Ainda depois do depois ,em voz muda ,o calor de dois...seria capaz de amar ? Á mesa ,nos olhos da certeza mirar a transparência do dia fluindo natural de encontro aos detalhes nus de cada face ,não mais estranhas ?
 Quantas rotações sofrem um "para sempre " em questão de mínimos segundos,quando ultrapassa-se o choque inicial de entender que a única garantia do amor é deixar-se fluir à luz ,sem as armaduras lacradas pelo medo ?!

                                     

                                                                ( M. Almeida ) 




                                              

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