À margem do rio ,deitei-me. Ao lado do espaço vazio
que o amor reservou à renúncia
decifrando silêncios em muitas pronúncias
À espera da balsa salvadora dos sonhos
Pedrinhas contive , a cada declive vencido
Escorriam-me dos dedos
Como parcos gemidos
Se sou só partida ou serei abrigo
Ainda não sei ,já não importa se sigo
Se fico ou brinco de de mergulhar os dedos na correnteza do desapego
Mas nego meu medo
Não posso esperar pela lua tão cedo
Se o dia é de sol ,legado largado ao som da corretenza
Eu caminho e respiro
Caminho e prossigo ?
Sim,não paro, prossigo ...
Respiro ,não há alternativa
Resisto à tristeza que ronda a viagem
Descanso e levanto-me ,pois o rio é passagem
Para descobrir à que vim
Desvendar as vertentes que banharam meu leito ,
de lágrimas .
De caminhos desfeitos
às margens de razões que desconheço.
( M. Almeida )
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