sábado, 17 de novembro de 2012

Margem


À margem do rio ,deitei-me. Ao lado do espaço vazio

que o amor reservou à renúncia

decifrando silêncios em muitas pronúncias


À espera da balsa salvadora dos sonhos

Pedrinhas contive , a cada declive vencido

Escorriam-me dos dedos

Como parcos gemidos

Se sou só partida ou serei abrigo

Ainda não sei ,já não importa se sigo

Se fico ou brinco de de mergulhar os dedos na correnteza do desapego

Mas nego meu medo

Não posso esperar pela lua tão cedo                              

Se o dia é de sol ,legado largado ao som da corretenza

Eu caminho e respiro

Caminho e prossigo ?

Sim,não paro, prossigo ...

Respiro ,não há alternativa

Resisto à tristeza que ronda a viagem

Descanso e levanto-me ,pois o rio é passagem

Para descobrir à que vim

Desvendar as vertentes que banharam meu leito ,
 

de lágrimas .

De caminhos desfeitos

às margens de razões que desconheço.

( M. Almeida )
                           

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