[...]Os
dois conversavam alheios ,perdidos na ilusão de que estavam a salvo de
tudo e de todos os olhares malediscentes . Sim, quem ama tem o poder de
criar paraísos aonde caibam todos os seus sonhos .
Entreolhavam-se como se o resto do mundo não os estivesse observando .Ela lhe dizia lentamente com voz suave ,quase inaudível ,era o gemido de uma criança ferida pelo medo :
-Meu amor ...não posso fazer isso ....Não me peça para dar-lhe veneno porque se lhes desse seria propensa a toma-lo também... e ainda quero viver tanto , pra olhar sempre os teus olhos e ver-nos refletidos um no outro...Mas se doer demais ,se não puder evitar ,quando a angustia for tão intensa a ponto de rasgar a alma em lágrimas ...e ver-se tentado a buscar o veneno com tuas prórias mãos , ouve bem : não me negue compartilhar desse amargo cálice .Sem você quase tudo não fará mais sentido ...
Entreolhavam-se como se o resto do mundo não os estivesse observando .Ela lhe dizia lentamente com voz suave ,quase inaudível ,era o gemido de uma criança ferida pelo medo :
-Meu amor ...não posso fazer isso ....Não me peça para dar-lhe veneno porque se lhes desse seria propensa a toma-lo também... e ainda quero viver tanto , pra olhar sempre os teus olhos e ver-nos refletidos um no outro...Mas se doer demais ,se não puder evitar ,quando a angustia for tão intensa a ponto de rasgar a alma em lágrimas ...e ver-se tentado a buscar o veneno com tuas prórias mãos , ouve bem : não me negue compartilhar desse amargo cálice .Sem você quase tudo não fará mais sentido ...
( M. Almeida )
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