segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Asas Emprestadas




Serviu-se da doçura roubada de anjos
das celestes canções à harpas e banjos
Serviu-se da noite para esconder as estrelas
nos olhos da amada que por ele brilhavam
Rogou-lhe intenso o voo mais belo
e em nevoeiro denso desviou trajetos
Abjeto !
Dejetos de sonhos despencaram das nuvens
A boca lívida ,a pele híbrida entre os braços frios
o ventre inerte que sangue verte
regurgitando as verdades proferidas sem fé
Dos cânticos
partiram-se cântaros
de prantos fez sua ode a
Herodes,rei do que não lhe pertençe
Á musa afim tuas garras vençe
Jaz-lhe sua ,um troféu marmorizado
Pecado !
Arcanjos entoam as preces em teus nomes não
santificados corrompidos pelo desejo
de provarem do Graal do amor
sem antes conferir-lhes o veneno
A queda :
Não lhes serviram as asas emprestadas
Restaram-lhe as carapuças
 
                                    
                                                  ( M. Almeida )
                           
                                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário