sábado, 17 de novembro de 2012

Veneno Lento




Fugiu-me a linha
A palavra que era minha ,enredada entre os fios
sem meada , entremeados de parágrafos vazios
fé surda e inexistente , semeada no solo do desvario
Busquei lá no firmamento

filigranas de prata pra bordar a serenata com que
encobrirei meu frio , de punho e sabre
que forja o cobre da vida nobre
recheio pobre e argumentos vazios .
Fugiu-me o sono
Em abandono
Um cão sem dono descendo o morro
da própria insubordinação...
Veneno lento em abundância
Tingiu-me a consciência desassossegada
Peregrinando madrugadas
me deleitando em solidão
Na turbulência da escrita que
É decalque da já dita,
Sinto sombras inoportunas
A rondar a brisa que me perfuma
Naja , a noite se aproxima
Serpenteando no ar , atina !
Letra foge presa ,acode ! Esconde o furto
da voz de outro alguém que passa à vista tão banal
Um conhecido placebo, ignoro tanto mal
Do que de louros vive à caça ...instinto natural da raça
A presa que entorpece, pasme , não possui antídoto


( M. Almeida )
                                           

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