sábado, 17 de novembro de 2012

Para Refletir


                       


Não posso dar-lhe meus braços ,necessito deles
para prover-me o sustento, com o qual venço tua estrada
Não posso dar-lhe meus olhos ,preciso que iluminem os caminhos mais curtos e seguros para alcançar os teus
Não posso entrelaçar nas suas as minhas pernas ,porque delas dependo para pular os obstáculos ,correr atrás do tempo...
O tempo ? Não posso parar o relógio mas sim tentar acompanha-lo ;
Não posso dar-lhe meu coração por ser apenas um músculo sem o qual não sobreviveria para te abraçar .O sentimento trago na alma .Já lhe pertençe
Não posso dar-lhe as minhas mãos porque delas necessito para dar-lhes a única coisa que posso por ora : minhas palavras .
Não posso sequer dar-lhe minhas palavras porque preferiste o triste e frio punhal do silêncio.
Concluo : não posso dar-lhe as certezas se nem ao menos recebo esperanças.
Tudo pode ser dado.Ou nada nos pode ser tirado ?
Mas os momentos só se dão à quem se entrega à eles.
O amanhã só se entrega a quem está disposto a abrir os olhos e perceber bem mais que enxergar .
Não se constroem caminhos reais sem facilitar a construção de pontes metafóricas entre os anseios da alma e as limitações físicas
 
                                            ( M. Almeida )
   
     
                          

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