sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ausência


 E ainda havia o dia , fresco como uma tela de tinta dourada
amarelando as estradas e convidando ao sol...
[ Mas sem ele o acinzentado olhar das horas não fazia sequer sentido ]


 Havia o burburinho  dos carros ,colorindo com as suas buzinas a alegria do céu de Outubro
[E, sem ele suas pernas bambas caminhavam tropêgas pelas ruas do cotidiano]

 
 Haviam nos olhares ao redor ,um quê de convite ao riso 
[ Mas sem ele o riso vez em quando alagava e restava a máscara encharcada de poesia ]
 
 As tardes que abraçavam as horas representavam sempre anúncio de boas novas
[Mas sem ele o que ainda lhe comovia eram velhas canções]
 
 Se chegara enfim a lua à qual prometera a serenata ,pouco importava 
[Sem ele a voz enrouquecera e ela não acertava o próprio tom]
 
 A madrugada com o azul brando de promessas silenciosas ,pode ser trégua para visitar a si mesma 
[ Mas sem ele como encontra-se se nunca seria a mesma ? ]

                                                       ( M. Almeida )
                     
                                 
 
 

                                                
 

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